sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Perda de Apetite

Cerca de 1 mês após o diagnóstico de câncer meu pai perdeu completamente o apetite. Nâo aceitava alimentos sólidos, muito menos os salgados e doces. O pouco que ele ingeria era sucos, frutas, iogurte e yakult.
Essa perda do apetite não sabíamos se era psicológica ou se já era efeito da doença. Ou se era as duas coisas juntas, o que é bem provável.
Não é fácil pra uma pessoa super ativa, que não gostava e não aceitava doença admitir que tem CÂNCER.
Nosso esforço (meu e da minha mãe) pra ele se alimentar era enorme. Toda fruta que ele gostava tinha em casa. No almoço minha mãe cozinhava músculo de boi com legumes, batia no liquidificador e fazia uma papa pra ele comer. Eram 4, 5 colheres e mais nada.
Muitas vezes eu perdia a paciência obrigando ele a comer, pois sabia que a alimentação é que ia dar suporte pra ele aguentar as sessões de quimio. Perdi a conta de quantas vezes eu dizia: pai, come isso aqui. pai, bebe um pouco desse suco.
Foram 40 dias sem comer praticamente NADA. Até que eu implorei pro dr. Flávio autorizar passar sonda enteral, senão ele ia morrer de fome.

1 ª Quimioterapia

A primeira sessão de quimioterapia (no total de 6) foi marcada para o dia 31/08 no hosp. Beneficiência Portuguesa em Rio Preto.
Fomos pra lá no dia 30/08, internamos e nesse mesmo dia o dr. Flávio realizou a biópsia da medula óssea. Nâo assisti o procedimento, mas quando entrei no quarto percebi lágrimas nos olhos do meu pai. Ele disse que o exame tinha sido muito dolorido....
Fiquei muito triste em vê-lo assim, mas o exame é necessário para saber até que ponto a doença havia avançado ou não na medula. Ou seja, um mal necessário.
A quimioterapia foi no dia seguinte, depois de várias brigas com a UNIMED Bauru para autorizar.
Todos nós estávamos anciosos pra começar, pois não sabíamos como meu pai iria reagir ao tratamento (efeitos colaterais). Mas transcorreu tudo bem, a não sei uma coceira no último medicamento.
A quimioterapia prescrita pelo dr. Flávio é denominada R-CHOP, um composto de CICLOFOSFAMIDA, DOXARUBICINA, VINCRISTINA  e RITUXIMABE.
Após a quimio houve transfusão de 2 bolsas de sangue, pois os exames apontavam para uma anemia.

sábado, 23 de outubro de 2010

LINFORMA de grandes células tipo B

Foram feitas 2 biópsias, 3 anatomo-patológicos e 2 imuno-histoquímicas para poder definir o tipo de tumor. Com o diagnóstico conclusivo apontando Linfoma de grandes células tipo B o oncologista clínico - dr. José Altino - nos encaminhou para um hematologista.
A princípio tentamos a dra. Márcia, do HC de Marília. Mas o ambiente não nos agradou. Um lugar sujo, lotado, funcionários mal educados, etc, etc. Eu não ia deixar meu pai fazer tratamento num lugar desse por nada nesse mundo.
Então, por indicação do dr. Moísés do Lab. São Camilo, procuramos o dr. Flávio Naoum de S.J. Rio Preto, em 26/08/10.
Por ser o Linfoma uma doença do sangue (semelhante a Leucemia), o tratamento é quimioterápico. Por mais que a perna do meu pai esteja comprometida com o tumor, o tratamento é esse.
Assim sendo, saimos do consultório com a 1ª sessão (total de 6) marcada para o dia 01/09/10, no hosp. Benf. Portuguesa em Rio Preto

domingo, 17 de outubro de 2010

Home Care

Desde que foi feita a primeira biopsia na perna do meu pai contratamos uma equipe de home care para fazer curativos 2 x ao dia.
Foi a melhor coisa que fizemos!!!
Eles são cuidadosos, medem a pressão arterial, verificam a glicemia, temperatura e tudo mais que o paciente apresentar.
É importante para o paciente e para nós (família) ter o amparo de uma equipe especializada, pois muitos de nós não sabemos identifcar um "sinal de perigo" e encaminhar o paciente para a Emergência.

UNIMED-BAURU - VERGONHA

Resolvi criar esse tópico diante dos inúmeros problemas que enfrentamos com a UNIMED-Bauru.
Meus pais são cooperados da UNIMED pela Apeoesp, cuja sede (não me pergunte o por que) é Bauru. Então qualquer procedimento, consulta, cirurgia que eles venha a fazer depende da autorização de Bauru.
Todas as vezes que precisamos de um exame ou tratamento de caráter de urgência (incluindo internação) a UNIMED Bauru enrola, nos faz de palhaços. Sempre com a desculpa que depende de auditoria de um auditor que NUNCA trabalha.
Já questionei diversas vezes o horário de trabalho e o nome desse AUDITOR, o que sempre me foi negado.
Trabalho assim é fácil. Até eu queria!!! Mas quando se trata de SAÚDE a coisa deveria ser mais pontual e responsável.
Não é isso que vemos com a UNIMED Bauru. Uma vergonha......
Por isso dizem os enfermeiros dos hospitais que o MELHOR PLANO DE SAÚDE É O PARTICULAR.
Fujam, corram, sumam da UNIMED Bauru.
Anotem o nome e horário dos atendentes.
Chamem a Polícia, façam ameaças, entrem com ações Judiciais.
Infelizmente é assim que eles autorizam "alguma" coisa.
E o preço da mensalidade não é nada barato....

sábado, 9 de outubro de 2010

Consulta com a dra. Ana Maria

Por indicação do dr. Werner de Campinas, fomos a S.J.Rio Preto para uma consulta com a Radioterapeuta dra. Ana Maria Cardoso.
Uma pessoa mercenária e sem educação. Nos largou dentro de sua sala quase meia hora sem nos atender, examinou a perna do meu pai e ao final a secretária nos cobrou consulta, mesmo já tendo passada a carteira da UNIMED, pois havia feito "alguns" procedimentos, que foram nada mais e uma ligação para outro médico.
Saímos de lá direto para um oncologitsa clínico, dr. José Altino, que já mandou internar meu pai na B. Portuguesa na mesma hora.

Pronto Socorro

Em razão do forte inchaço na perna e a dor que isso tudo ocasionava o dr. Maurício receitou um analgésico muito potente, o Oxycontin. Tão potente que deixou meu pai muito mal, com falta de ar, palpitação e não dizendo coisa com coisa.
Achamos melhor ligar para 193 e requisitar a remoção dele para o Pronto Socorro.
Foi o 1º susto!

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

estudo em equipe

Resolvemos voltar pra casa no mesmo dia que saímos da consulta com o dr. Maurício. Já tínhamos rodado 430 km e fazer o caminho inverso ia ser muito cansativo. Pit Stop em Brotas....
No dia seguinte, já quase chegando em casa, o dr. Maurício ligou no meu celular dizendo que iria discutir o caso do meu pai com a equipe que ele trabalha (todos da UNICAMP) e ver a possibilidade de salvar a perna com tratamento de quimioterapia e radioterapia.
Uma luz apareceu no fim do túnel. As esperanças se renovaram!!
E realmente a equipe do dr. Maurício estudou bem a doença do meu pai e na semana seguinte rumamos novamente a Campinas para uma consulta com o Radioterapeuta dr. Werner.
Em razão da distância de Tupã/Campinas o dr. Werner sugeriu que o tratamento fosse feito mais perto da nossa casa, como S.J. Rio Preto.
Isso foi uma boa alternativa, pois teríamos que nos ausentar por quase 2 meses para concluir o tratamento de quimio e radio.
Saímos de Campinas com indicação para dra. Ana Maria, de Rio Preto.

sábado, 2 de outubro de 2010

sarcoma?

Dr. Maurício é ortopedista oncológico, mestre, doutor e professor da UNICAMP. Uma pessoa super conceituada que dispensa maiores comentários. Além disso, foi colega de turma da esposa do meu primo (a Bel) e do meu cirurgião plástico Adriano.
Ficamos apreensivos na consulta. O dr. Maurício olhava com certa inquietude as imagens do exame de ressonância.
E veio a bomba: sr. Odilon, o caso do sr. é muito grave. O tumor ocupa uma grande extensão da coxa, atinge (envolve) os feixes de circulação e uma cirurgia aqui nesse caso pra ressecar o tumor é de grande risco para sua vida. Entre salvar sua perna ou sua vida eu salvo sua VIDA. Mas pra isso será necessário amputar completamente sua perna!!!
Meus pais estavam sentados, eu em pé. Paralizamos, cada um da sua maneira ao ouvir as palavras do Maurício.
Pra mim não era surpresa, pois diante do quadro que meu pai apresentava eu sabia que a amputação era um dos caminhos.
Mesmo sem ter o resultado da biopsia em mãos o histórico da doença e o "olhômetro" apontava para o Sarcoma.
E Sarcoma é um tipo de tumor muito agressivo e não ia responder bem a tratamento de quimioterapia e radioterapia.
Saimos do consultório com cirurgia de amputação total marcada para o dia 12/08.
Estávamos mudos e mudos ficamos no caminho de volta pra casa.

os primeiros exames

O primeiro exame pedido pelo meu primo, ortopedista, foi uma ressonância magnética computadorizada. Nas imagens já deu pra perceber o tamanho volumoso do tumor, que cogitava-se ser de "partes moles";
Nunca pensei que câncer pudesse dar em coxa, veias, artérias, músculos, etc.
Diante da raridade do local onde o tumor se alojou esse meu primo médico nos orientou procurar um colega seu de Campinas, dr. Maurício Etchebehere, que de lá nos orientou com novos exames a fazer.
Primeiro foi feita uma biopsia. Nada dolorido, com anestesia local, mas que ocasionou um maior inchaço na perna já complicada pela falta de circulação.
Depois fizemos uma tumografia de torax.
O exame anatomo patológico nunca ficava pronto. Foi preciso encaminhar para Marília para fazer himuno histoquímica, que também demorou bastante.
Mesmo assim, sem o resultado desse exame, marcamos consulta com o dr. Maurício e fomos pra Campinas, em 02/08/10.